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Instituto Paulo Freire

O                              (IPF) surgiu a partir de uma ideia do próprio Paulo Freire (1921-1997) no dia 12 de abril de 1991. Ele desejava reunir pessoas e instituições que, movidas pelos mesmos sonhos de uma educação humanizadora e transformadora, pudessem aprofundar suas reflexões, melhorar suas práticas e se fortalecer na luta pela construção de “um outro mundo possível”.

Para a realização do trabalho, fizemos uma visita ao Insitituto, e fomos recebidos de forma muito acolhedora pela coordenadora do Centro de Referência Paulo Freire, Sonia Feitosa, e colaborador do Insitituto, Lutgardes Freire. Agradecemos a recepção e a disponibilidade, pois as informações e aprendizados desse dia foram fundamentais para a melhor construção do nosso trabalho. 

Um pouco de Paulo Freire além da educação
 

É uma porta meio pequena, em comparação aos grandes prédios que estão em volta. Mas a imensidão de conhecimento que cabe lá dentro, anula o grande movimento de carros e pessoas que tem lá fora. Com um nome muito sugestivo, é no Edifício Paulo Freire, na rua Cerró Corá - Alto da Lapa, que está localizado o Instituto Paulo Freire. Um lugar que surgiu por ideia do prórpio Freire, e que, após a sua morte, ganhou grande repercurssão, e até hoje recebe pessoas de todo o mundo. Mesmo não tendo um número grande de funcionários fixos, eles têm um grande projeto em funcionamento, projeto esse que foi criado por Freire. Chamado de MOVA, esse projeto atende 11 estados do país, sendo seu maior foco a região Norte e Nordeste. Com o intuito de alfabetizar adultos segundo a filosofia de Freire, o Instituto é responsável pela formação de coordenadores de polo, que irão formar os monitores locais, e esses, por sua vez, irão alfabetizar os alunos. O governo federal apoia o projeto, entretanto, o Insituto em si não tem patrocínio, ou seja, todas as atividades que eles realizam têm que ser autossustentáveis. (para mais informações do projeto clique           ) 

A biblioteca conserva todos os livros de Freire, tanto os de sua autoria, quanto os que eram deu seu acervo pessoal. Ele fez questão de doá-los após sua morte. Além dos livros, lá também está a mesa que o autor sentava para escrever seus livros, assim como alguns objetos pessoais. Em entrevista com Lutgardes Freire, filho de Paulo Freire, pudemos conhecer um pouco mais do lado pessoal do educador, assim como sua relação com sua família. Entre tantas perguntas e curiosidades, Lutagardes foi muito atencioso, respondendo de forma clara e precisa. Para que todos possam conhecer um pouco mais de Freire também, vamos colocar algumas das perguntas feitas e suas respectivas respostas.

 

Grupo: Como foi a infância de vocês? Como era a relação de Freire com seus filhos?

Lutgardes Freire: Nós somos em 5... 3 mulheres e 2 homens. Para meu pai, cada filho era um filho. Nossa educação foi bastante conflitante, principalmente na época do exílio. Muitas vezes a educação dos meus pais conflitava com a educação local. Mas meu pai sempre foi um homem coerente, tudo que ele escrevia, ele fazia.

 

G.: E como foi o exílio para a família de vocês?

LF.: Não foi fácil sair do Brasil em 1964. Moramos 4 anos no Chile... Eu tinha apenas 5 anos quando saímos do Brasil. O choque cultural foi difícil, principalmente por estudarmos em uma escola tradicional, diferente do que meu pai defendia. Mas meu pai recebeu muitas pessoas em nossa casa durante esse período, principalmente brasileiros. Eles iam lá para discutirem ideias, propostas... Meu pai recebia todos, não criava nenhuma dificuldade para aqueles que desejavam vê-lo. Certa vez perguntaram ao meu pai: "Com o golpe você foi silenciado?" e ele respondeu: " Não só eu, mas o país inteiro."

 

G.: E quando o trabalho do seu pai começou a ter grande repercurssão? Vocês o acompanhavam nas viagens?

LF.: O trabalho do meu pai teve seu auge após a publicação do "Pedagogia do Oprimido". Meu pai começou a fazer viagens pois seu trabalho começou a ser reconhecido e internacionalizado. Nós não o acompanhávamos nas viagens... Normalmente ele ficava 15 dias durante o mês fora de casa. Mas foi nessa época que ele participou de diversos congressos e palestras ao redor do mundo. 

 

G.: Moacir Gadotti foi fundamental para a existência do Instituto... Como ele se conheceram?

LF.: Eles se conheceram enquanto meu pai estava em Genebra. Gadotti estava lá para defender sua tese de doutorado. Eles se encontraram por desejo de Gadotti e começaram a se ver com mais frequência... meu pai gostava de conversar com ele. Futuramente Gadotti escreveu uma tese orientado pelo meu pai e partir daí a amizade deles só cresce. Escreveram livros juntos, havia uma grande parceria entre os dois. 

 

G.: Como foi a época de seu pai na África?

LF.: Ele não se restringiu apenas às ex-colônias portuguesas... Há um conhecimento muito grande de meu pai lá. Muitas pessoas admiram ele, e são influenciadas por ele, às vezes até com uma radicalização do seu pensamento. Meu pai marcou muito os países por onde passou.... Mas também foi marcado, principalmente por Almícar Cabral. Ele voltou falando muito das ideias dele, ficou encantado. 

 

G.: Quando seu pai faleceu, vocês já esperavam isso? Ou foi um susto?

LF.: Foi tudo um susto... É verdade que no último ano ele falava muito que estava cansado, se sentia cansado por muito pouco às vezes. Mas nós não esperávamos a morte súbita dele... Ele morreu jovem, aos 75 anos de idade. Foi um choque para nós e para o país inteiro... Foi uma grande perda. Demorei um ano pra me recuperar da morte de meu pai. 

 

G.: Existem atualmente alguma(s) escola(s) freiriana(s)?

LF.: Escolas totalmente freirianas não existem hoje.... Algumas escolas ligam para cá pedindo para usar o nome do meu pai. Nós autorizamos com a condição de a escola respeitar as ideias de meu pai e seguir sua filosofia. Minhas irmãs conseguiram por alguns anos manter escolas freirianas, mas elas já não existem mais. Existem professores, diretores, que seguem a filosofia de meu pai, mas escolas, de forma institucional, não. 

 

aqui.

 

 

Site criado pelos alunos do 1º semestre do curso de Pedagogia da Faculdade de Educação da USP: Ester Ohl Fernande, Juarez de Oliveira Cardoso, Rafael Souza e Ricardo Moriyama. Proposta feita pela professora de Didática I, Rita de Cássia Gallego e assessoria do monitor Ebenezer Takuno de Menezes.

Para mais informações clique 

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